Confira agora a entrevista completa e traduzida da Kristen Stewart para a revista GQ UK desse mês. Foi uma das poucas entrevistas que ela fala de sua vida pessoal e o quanto ela mudou desde o começo de Twilight.
Hollywood é um lugar difícil para se esconder. Especialmente quando todos à sua volta parecem dispostos a vender sua própria avó para serem vistos, ouvidos, filmados, pagos, então vistos, ouvidos, filmados, e pagos (em dobro) para fazer a sequencia (em 3-D) com Jason Flemying (interpretando o cara mau). Andy Serkis (como o macaco inteligente, com um rancor contra a humanidade) e Hans Zimmer (compondo a trilha sonora divinamente). Mas, como qualquer número de agentes locadores de Audi R8 de LA concordaria, que se é atras de uma vida, tranquila e calma que você está, então você deve ficar tão longe de Hollywood quanto suas perninhas verdes poderão te carregar. Caia fora do jogo. Volte para o seus meio-primos que criam porcos em Albuquerque, Novo México. Vá para casa. Tenha filhos. Ensine. Esqueça o seu conto de fadas bobo de estrela de cinema…
Mas você quer ser uma estrela? Você quer ser famoso? Então pule do sofá, docinho, e eu irei vê-la — sem seu facilitador — essa noite no Chateau, quarto 69, para ir além de sua “motivação”. Oh, mas você quer ser um ator? Alguém respeitado por sua arte? Bem, eu ouvi dizer que há um duplex começando próximo ao condomínio James Lipton em TriBeCa. Após cinco anos de fracas apresentações e baixa audiência, verei você na Mel’s Drive-In, na Sunset Boulevard, onde você estará servindo mesas para o resto de sua precipitada, triste, solitária, preciosa vidinha. Anote o meu pedido! Suco de laranja fresco, panquecas de trigo, um prato de ovos rancheiros com dois ovos mal passados e um pouco de nuncavairolar. Até mais, mané. E feche a porta – da sua carreira – quando você sair.
“Buum!”
Essa cena pode ser um pouco fora da realidade, mas não significa que nunca acontece. Para ser uma estrela de Hollywood é preciso ter sorte, um reality show, um pit bull como agente, a redenção das drogas, vários “dirigindo embriago” e uma recaída espetacular ou, no mínimo, uma fatia generosa do suado nepotismo. Para ser um grande ator, no entanto — não importa o quão cético você é sobre esta indústria — ainda precisa ter talento. Felizmente Kristen Stewart — a linda estrela de 21 anos de idade, da franquia Twillight — não é de Albuquerque, não tem primos que criam porcos (até onde nós sabemos), nunca “pulou intencionalmente fora do joelho de um agente” (a menos, claro, se foi para atingir sua cara com seus punhos — com três irmãos mais velhos a criança pode se cuidar), nem foi em qualquer lugar perto da indústria de virar a cabeça Meca que é o infame Chateau Marmont. Em suma, que não seja sua conta bancária (a Forbes tem listado seus ganhos ao lado de Julia Roberts no início deste ano) não há nada remotamente “Hollywood”, sobre Kristen Stewart.
Na verdade, essa última parte não é verdade. Kristen tem ido para o Chateau. Cerca de um milhão e meio de vezes. E para dizer que não é realmente seu tipo de lugar seria como dizer que Dominique Strauss-Kahn vai se esforçar para contratar alguma ajuda. É simples assim.
“Eu apenas acho que se nós fossemos lá [no Chateau]. Eu estaria olhando por detrás dos meus ombros o tempo inteiro.” concorda Kristen enquanto nós pegamos nossos lugares em um empoeirado restaurante mexicano, cerca de uma hora dirigindo para longe de qualquer lugar que remotamente tenha semelhança com a civilização. Encontrado nas montanhas de Topanga Canyon, o lugar é uma taverna caseira simples aonde cada cerveja fria vem com uma cesta de plástico vermelha com nachos quentes e salsa doce feita em casa. O lugar me lembra todas as montanhas russas da Disney que eu fui. “É o único lugar que eu ainda posso vir em LA, onde eu tenho invisibilidade. “E — seus delicados, lindos, refinados traços do rosto perdem todo o humor de repente — “Eu gostaria de manter isso assim.”
Fica claro que Kristen é ferozmente proterora com os arredores de sua casa. Mesmo nesse lugar segura, sua voz frequentemente cai para um sussurro quando outro cliente passa pela velha porta dos fundos. Eu não chamaria de paranoia, mas ela obviamente fica um pouco tensa perto de estranhos. Especialmente jornalistas. E não supreende. Desde que foi anunciado em 2007 que ela estaria no papel de Isabella “Bella” Swan na adaptação para o cinema dos sensacionalmente bem sucedidos livros Twilight de Stephenie Meyer, Kristen tem sido observada.
E assistida. E assediada. Perseguida. Caçada. Online. Por paparazzis. Por fãs. Por haters. Por admiradores. Por membros embriagados do Munset e seus gatos. Por garotas pré-adolescentes desesperadas para colocar suas garras em Edward Cullen, o personagem interpretado por Robert Pattinson. Em LA. Em Hollywood. Na Inglaterra. Escócia. Nas Ilhas de Wight. Em seu carro. Em taxis. Em premieres. Nas férias. Trabalhando. Sem trabalhar. Enquanto dorme. Nos seus sonhos. Nos seus pesadelos. Dizer que o sucesso da franquia vampírica virou a vida de Kristen de cabeça pra baixo (de maneira brilhante, mas também assustadora) até que ela não saiba qual caminho em volta de sua própria coragem para falar um pouco mais é um eufemismo. Mas agora, finalmente, assim como foi o verão passado para aqueles malditas crianças Potter, “Tudo termina aqui.”
“Sim, nós terminamos. Filmamos todas as cenas.” O próximo mês vê o lançamento de Twilight: Breaking Dawn – Part 1, enquanto a parte 2, no mais verdadeiro estilo moderno de sugar dinheiro das franquias, será lançado em novembro de 2012. Então Kristen está aliviada de finalmente acabar tudo? Sua resposta é um sorriso tímido, torto, que em seguida se abre em um sorriso largo no qual você poderia estacionar uma canoa. “É tão raro em uma carreira sentir que um capítulo está se encerrando, mas há algo final nisso. Sem mais cenas épicas, icônicas…”
A menos que você seja um dos milhões de fãs de Twilight – ou “Twihards” como são conhecidos os mais fanáticos – , você está sem dúvidas inconsciente sobre toda a histeria. Para os Twihards, entretanto, esse último filme é o grande momento, quando a cruel abstinencia dá lugar a um abandono devasso (isto é, quando Bella e Edward fazem ‘aquilo’ numa cachoeira). Primeiramente, tem “O Casamento”; em Amanhecer, a personagem de Kristen, Bella Swan finalmente se amarra ao vampiro-alfa Edward. Depois, “A Concepção”: depois de uma doce noite de amor em câmera lenta com seu imortal amante sugador de sangue, Bella fica grávida com sua criança metade humano, metade-vampiro, destinada ao lobo.
“Eu estava nervosa com a cena do casamento,” ela admite. “Quando vi o cenário com os bancos e as luzes, tudo que eu podia ver era todos em seus figurinos, eu chorei. Deus aquela porra de vestido!”
Embora ela possa arrasar com um curto – curto – vestido numa premiere, a escolha do vestuário de Kristen é justo, um Converse e uma camiseta velha do Rob Zombie. “Eu fiquei presa naquilo tudo por uma semana, mal conseguia me mover. Mas foi uma incrivél cerimônia. Pareceu real como um casamento.”
Não há dúvida de que a jovem sentada à minha frente, bebericando calmamente uma cerveja, a fumaça do cigarro arrastando-se pelas árvores, é algo transformado da adolescente que se demonstrou um pouco ingênua (palavras dela) ao longo desta jornada mundo afora mais de quatro anos atrás. Lições foram aprendidas . “O momento principal, quando sabíamos que haveria um grande desafio, foi na Comic-Con em San Diego, em 2008. Foi a primeira parte da promoção de Twilight que tínhamos feito, portanto, não tinha expectativas reais. Havia milhares e milhares de pessoas esperando por nós. Esse foi o momento que sentimos o quão poderoso seria. Era eu, Rob [Pattinson], Ashley Greene, Taylor [Lautner], nós olhamos um para o outro e fiamos tipo, ‘O que diabos está acontecendo?’”
Todas as suas esperanças (e medos) estavam a ser realizados. Twillight estava destinado a se tornar um terremoto cultural global, e Kristen juntamente com o britânico Pattinson, a estrela principal no centro do turbilhão, se viram lidando com os boatos estão/não estão juntos, longe das câmeras. O ímpeto iniciado pela grande base de fãs foi rapidamente intensificado pelos que estão no topo da Summit Entertainment, a empresa responsável da adaptação para o cinema. Nada mais pode fazer os executivos de cinema espumarem pela boca do que a possibilidade de tirar vantagem de jovens, facilmente influenciávéis e realmente obcecados. Ou, como são conhecidos muitos dos fãs mais fervorosos de Pattinson nos nichos mais sombrios da internet, as “Robsessed”. “A partir desse momento, os caras do estúdio andavam com cifrões nos olhos. Como, cassinos! E então começou. A insanidade. Os horários. Os pedidos. As entrevistas.”
Quanto mais fundo as jovens estrelas eram lançadas na franquia, maior era fenômeno de Twilight. Em breve, todos os aspectos de suas vidas foram afetados pelo monstro sanguinário cultural. “O grande salto para mim, eu acho, era ter segurança. E quero dizer, eles vão em todos os lugares com você. Apenas um cara enorme ao meu lado o tempo todo. JB é o seu nome… esse é o meu garoto. Ele vai me matar por dizer isso, mas ele mesmo tem um maldito fansite. Essas meninas o identificaram e agora ele é conhecido como ‘HBG’ — Hottie Bodyguard (Guarda Costas Gostosão).”
Assim como Twilight, New Moon, o segundo filme, chegou aos cinemas em 2009, e Pattinson e Kristen perceberam que não poderiam mesmo deixar seu hotéis por medo de serem mutilados por uma multidão de Twihards gritando. Cenas de como as estrelas e fugiam pelas ruas de New York perseguidos por centenas fãs em lágrimas, e chocados foram transmitidos em todo o mundo. Será que a atriz ja temeu por sua vida em algum momento? “Claro. Quero dizer, as pessoas são loucas. Todo mundo faz o que tem de fazer pra se proteger, mas seria uma mentira para mim sentar aqui e dizer que as pessoas não são loucas. Tenho certeza que muitas pessoas evitam esta pergunta, para parecer 100% contentes o tempo todo, e que tudo é sempre surpreendente… Mas no final das contas, as pessoas são loucas! Eu teria sido feliz simplesmente trabalhando de emprego em emprego, pagando meu aluguel, um filme de cada vez. Nunca quis ser tão famosa. Eu nunca imaginei essa vida para mim.”
Kristen Stewart uma californiana, trabalha no cinema desde que eu tinha oito anos. Desde o início eu sabia que estava pronta para lutar e fazer o tipo de trabalho em que acreditava, ao invés de tomar o caminho mais rápido e ser vista em uma propaganda de cereais com um macaco falando. Não é que é ela sabia que tipo de atriz queria ser. Ela sabia exatamente que tipo de atriz ela não seria. Seu primeiro papel relevante foi no filme independente The Safety of Objects, originalmente um livro sobre disfunção e agitação em uma pequena cidade nos Estados Unidos. Kristen interpretou a filha masculinizada de uma mãe problemática (Patricia Clarkson). “Eu consegui Safety… no final desse período em que eu pensei que deveria continuar atuando quando se é criança, você faz audição para porra de tantos papéis fodidamente embaraçosos. E as minhas palavras teriam sido bastante semelhantes tendo a mesma idade…”
Como você viu, Kristen adora um bom palavrão. Algumas mulheres dizem ternamente, outras não têm a coragem suficiente para fazê-lo. Com Kristen, o tom dessa linguagem se encaixa perfeitamente com o seu espírito astuto e independente. “Eu falaria tipo ‘sai fora!’ É por isso que nunca me ofereceram muitos desses papéis. Eu passaria reto por eles. Mesmo quando comecei, eu levava as coisas muito a sério; eu não era o tipo de garota que iria fazer um anúncio de bonecas em uma série para a Nickelodeon. Eles me pediriam para fazer coisas estúpidas, e eu não era uma garota estúpida.”
O jeito notoriamente emburrado e preguiçoso de Kristen e seu temperamento dito mal-humorado são sempre alvo de comentários — ela sabe disso. “É engraçado. Eu peguei uma mochila velha no meu armário outro dia, uma que costumava usar o tempo todo quando era adolescente. Ela é coberta com sinais de anarquia, todas estas frases e tachinhas de metal. Eu estava tipo, ‘Uau, você deve realmente ter gostado disso!’ Apesar do que as pessoas pensam, eu fui uma seguidora das regras na escola. Eu amava parecer tipo, ‘Hey, eu não me importo, tanto faz,’ mas se não entregasse meu dever de casa, eu entrava em pânico.”
2001 chegou e Kristen teve sua estréia em Hollywood contracenando com Jodie Foster, escolhida pelo influente diretor David Fincher em O Quarto do Pânico. Um thriller sombrio, violento e inteligente sobre um assalto mal-sucedido em um triplex em Manhattan . “Foi difícil, e não tem fim, como seria de esperar de David. Ele tem uma filha da mesma idade, e isso fez nosso relacionamento ser muito fácil — ele sabe como lidar com isso. Ele é intenso, mas eu não sabia nada de diferente.”
Após O Quarto do Pânico, veio um monte de papéis, a maioria chamando Kristen para interpretar uma adolescente, complexa e inteligente com cabelos castanhos protegendo seu rosto, passando por algum tipo de crise, real ou existencial , hormonal ou não. O Silêncio de Melinda, em 2004, era um filme de televisão sobre uma adolescente no ensino médio, depois de ser estuprada por um garoto popular, que deixa de ter qualquer contato verbal com aqueles ao redor dela. Foi então que a jovem atriz de 13 anos foi o alvo de comentários positivos, não menos importantes para sua maneira madura de lidar um tema delicado.
“Eu sabia do que se tratava o filme”, diz ela. “E não foi por nada que tinha acontecido na minha vida — de forma alguma. Eu cresci em um lar feliz.” Outro foi Into the Wild, de Sean Penn, um filme de 2007 sobre as aventuras da vida real de Christopher McCandless, um jovem americano que cruzou o pais em direção ao Alasca, em um tentativa de encontrar-se na natureza em vez de acatar a seus pais indo para a faculdade e conseguir um emprego como todo mundo. McCandless foi soberbamente interpretado por Emile Hirsch, enquanto Kristen interpretou a jovem adolescente apaixonada que desenvolve uma atração pelo jovem sonhador. “Esses papéis são uma boa evidência de que os scripts que me foram dados. Você teria de ser um tijolo ou pedaço de madeira para não ser capaz de comprometer-se com esse tipo de material.”
Enquanto ela fala, fica claro que essa não apenas uma atriz de mídia praticando algum tipo de auto-aversão para o benefício próprio em nossa entrevista.Kristen tem, de fato, uma visão surpreendente de seu trabalho, e sobre atuar de um modo geral, talvez indicando o quão fácil ela acha a ideia de se tornar alguém que não é. “Não quero desacreditar a individualidade das pessoas, mas eu acho que as pessoas são mais ou menos a mesma coisa. As pessoas são muito semelhantes. Se você tem imaginação suficiente, então você pode sentir coisas que você pessoalmente nunca havia sentido antes. Isto é atuar.”
Tal visão da forma artística profissional escolhida, (suspeito que Kristen nunca chamaria atuar de uma “forma de arte”), reflete sua visão bastante obscura do seu caminho quando ele era uma novata. Quando tinha 13 anos, ela disse a uma revista que ele acreditava que atuar era “viver uma mentira.”
“Eu acho que quando eu era mais jovem, eu tentava muito soar de maneira despretensiosa. Nessa idade, eu era amargamente consciente de mim mesma, e muito desesperada para não soar como uma estúpida. Não me sinto de maneira alguma daquele jeito agora. Acho que foi algo que ouvi de meus pais.” Os pais de Kristen trabalham na indústria cinematográfica como parte de equipes, nos bastidores. “Meus pais sempre mecriticaram por eu levar isso tão de boa”, admite Kristen. “Meu pai dizia coisas como, ‘Oh, basta ir e sentar-se no seu trailer, praticar suas falas, e mentir para ganhar a vida.’ Foi algo que eu disse quando eu era criança. Não se preocupe, hoje em dia eu tenho uma visão mais pretensiosa de atuação.”
Para ser perfeitamente honesta, eu poderia ter navegado feliz pela vida sem ter de suportar um único minuto do fenômeno Twilight. Os mortos-vivos não me atraem, sabe. Como acontece, eu passei por todos eles, alguns deles talvez mais relutante, mas eles não foram feitos para mim tanto quanto para a minha sobrinha. Se eu tivesse uma sobrinha de 14 anos comprometida com abstinência de pornografia. Kristen admite, “Twillight é algo irresistível para essas jovens meninas inocentes”. Falando com Kristen sobre os seus próximos passos na sua carreira, entretanto, ela também parece mais feliz em seguir em virar a página.
A adaptação de On The Road de Jack Kerouac esta marcado para chegar aos cinemas em janeiro do próximo ano e Kristen foi escolhida como a bela Marylou. Embora, obviamente, seja algo totalmente diferente de Twilight de Meyer, é mais uma vez um livro com uma base de fãs significativa. Para não mencionar que é um dos livros mais influentes da literatura americana moderna. Sem pressão, então.
“É um desafio para mim”, explica ela. “É claro que todos os atores levam muito a sério a responsabilidade de assumir um trabalho para as telonas. Mas sabemos das nossas coisas; Walter [Salles, o diretor do filme], exigia. Tivemos um período de quatro semanas de ensaios, onde fizemos uma espécie de acampamento, soa um pouco bobo, mas foi incrível. Dançávamos e ouvíamos música e ele nos colocou pra assistir Shadow várias vezes. Tivemos autores de biografias vindo e falando conosco, e a filha de Marylou – ou melhor, a filha de Luanne Henderson [Marylou é baseada nela] – veio para passar o tempo com a gente e nos deu um conhecimento incrível.” Kristen já era fã do livro? “Foi meu primeiro livro favorito.”
Kristen decidiu deixar a escola regular no início da adolescência para estudar em casa, em parte porque ela estava filmando muito e em parte porque não sentiu que o sistema escolar a estava apoiando. “A escola tornou-se algo genuinamente desconfortável”, explica ela. “Eu estava me sentindo um pouco envergonhada com o negócio da atuação com meus colegas, mas meus professores também se tornaram um problema. Eles não queriam me dar trabalhos extras ou resumos para que eu pudesse me manter atualizada enquanto estava longe. Eles me fizeram fracassar. Meus professores me fizeram fracassar. Não um, mas todos. Eu estou sempre um pouco envergonhada, de um certo modo, sobre o que eu faço. Eu fico levemente envergonhada por ter tido sérias ambições quando eu era mais nova, eu só não imaginava que eu teria alguma razão para não ir a escola. Mas então aconteceu.”
Isto para Kristen, atualmente, significa ter que andar a cavalo por aí no litoral Inglês enquanto segura uma espada enorme na cara de Charlize Theron. Theron é a Rainha Má no filme de Branca de Neve de Kristen, a interpretação gótica da famosa história de que foi adaptada para astelonas. Kristen teve que exercitar e ficar em forma para o papel, algo que nunca teve desejo ou vontade de fazer. “Eu nunca malhei antes. Agora eu sou apenas autorizada a comer coisas de uma caixa. Funciona. Além disso, eu me sinto mais forte e mais enérgica. Levei muito tempo para perceber que eu era uma menina quando era adolescente. Naquela época eu nunca acreditei nisso de verdade. Eu me
parecia com um garoto por um grande tempo. Agora, finalmente, eu me sinto como uma mulher.”
Snow White And The Huntsman está sendo filmado por Gloucestershire, mas Kristen está passando um bom tempo em um imóvel alugado em Notting Hill, em Londres. No dia anterior, ao fazer a sessão de fotos para a GQ, disse que esperavaver algo mais no Reino Unido uma vez que, “meu namorado é inglês”, toco nesse assunto de novo, o sangue desce para seus pés. “Eu nunca teria dito isso se soubesse que você iria me entrevistar.” Eu honestamente não esperava tal reação defensiva, mas é claro que quando ela sente que sua privacidade está sendo violada, Kristen rapidamente se torna a “mãe tigre”. Toda a questão, se você ainda não sabe, tem a ver com o namoro ou não-namoro com sua co-estrela em Twillight, Robert Pattinson, o assunto que tem sido mais especulado de que as origens da certidão de nascimento de Barack Obama. Digo a ela que estou surpreso de isso ser um problema, já que a evidência está aí para todos verem na internet – fotos, flagras, fuga de Natal… “Yeah, eu sei que está”, ela admite.”Grande parte da minha vida pode ser facilmente encontrada no Google. Quero dizer, fala sério gente, é óbvio!” Seu humor vacila, talvez ciente de que já tenha falado demais. ”Mas este assunto, eu acho que você não entende o quanto isso é importante para as pessoas. Bem, é uma coisa importante. Eles ficariam tipo ‘Ai. Meu. Deus!’ Haveria também uma divisão 50/50. Alguns ainda ficariam, ‘Veja, eu disse que eles não estão juntos.’”
Kristen está muito consciente de toda a fofoca. Muito mais do que eu, ao que parece. Ela sabe sobre os nomes: “Robstens” (aqueles que pensam que K-Stew e R-Patz estão juntos), os “Nonstens” (aqueles fãs que acham que eles não estão) e os “F***stens” (aqueles que dizem que não dão a mínima – mas na realidade se importam). Pergunto a ela para quem isso é realmente algo importante? Esses fãs desorientados? Para ela e Rob? Com o que ela se preocupa tanto?
“Eu não me preocupo com tudo isso. Eu sou egoísta. Sou tipo ‘isso é meu!’. E eu gosto de deixar tudo que é meu deste jeito. É um jogo divertido de se jogar, é uma ladeira escorregadia. Eu sempre digo para mim mesma que não vou abrir mão de nada meu porque nunca há algum beneficío pra mim.”
Eu digo que talvez depois da última parte de Twilight será um pouco mais fácil. “Sim, talvez. Quer dizer, agora não é um pesadelo, é só mais uma daquelas coisas. Eu garanto que se algum dia me casar e ter um bebê, todo mundo vai querer saber o nome do meu filho e eu não vou dizer por anos. Ele vai vazar, mas não vai ser por mim. Eles vão ficar muito putos por eu não dizer e eu vou só dizer, ‘Não!’ Eu também tenho vontade de soltar coisas para fora, mas aprendi que eu não posso fazer isso. Não quando você percebe que todo mundo está escutando. Talvez por isso eu pareça tão desconfortável, por vezes, em entrevistas. Quero dizer, nós falamos sobre esconder coisas e tenho tido que me adaptar muito mais a nisso, infelizmente. Mas estou feliz por não ser uma atriz que está pronta para se abrir para todo mundo.”
Existe algum conselho que você daria a si mesma, antes de Twilight fazer de você uma estrela global? “Eu realmente não me importo muito com nada. Não se puna sobre as grandes cenas que não pertencem a você, as coisas são como deveriam ser. E sobre o tema da entrevista, falar para o o mundo… não foi nada fácil para mim desde o início. Fazer isso…” Ela sorri e aponta um dedo acusador. Meio de brincadeira. “Vocês dizem todos os dias que serão eternas, são sobre coisas da sua vida que significam o mais de tudo, você é pega de surpresa, você reage estranhamente e você sente que as pessoas odeiam você. Às vezes as pessoas realmente te odeiam.”
Realmente? Você sentiu que jornalistas a odiaram? “As pessoas nas primeiras vezes foram agressivas comigo. Sei que foi uma resposta à minha energia. Podia senti-los pensando, ‘Vamos lá, o que há de errado com você — entra no jogo.’ Mas eu não sabia o que fazer ou queria fazer. Mas não estava sendo desafiadora, só não estava pronta. E eu acho que as pessoas reagiram de forma negativa. Eu era muito jovem e fui pega de surpresa. Isso deixou as pessoas zangadas. Eles acham que você é uma fraude. ‘Ela está dizendo que é jovem como desculpa: pegue a manha ou pule fora do negócio.’ Algumas pessoas me disseram isso. E o que dizer se eu sou uma atriz, e realmente não dou a mínima para o que você pensa? Que tal isso?” Ela ri, acende um Parliament Light e respira fundo, parecendo mais composta, contente e menos escondida do que tinha estado toda a tarde. Como ela está se sentindo? “Sou uma mulher de 21 anos tomando uma cerveja com a GQ. Eu cheguei lá.”
Fonte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário